quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Diretores e atores compõem a mesa de debates do dia 23

“A arte de tornar o simples em algo grande é uma marca do cinema brasileiro”. Com essa frase de Carlos Eduardo Lourenço Jorge, jornalista e coordenador dos debates da 45ª edição do Festival de Cinema de Gramado, iniciou-se a discussão sobre os filmes exibidos na noite do dia 22.

Os filmes apresentados foram: Telentrega, dirigido por Roberto Burd, que narra a história de Elias, interpretado por Nando Cunha, um pai que aguarda o transplante cardíaco do filho e; Sal, dirigido por Diego Freitas e estrelado por Guilherme Rodio, que explana a área psicológica por trás do canibalismo.

Nando Cunha iniciou a discussão comentando sobre o desafio de encaixar-se com as ideias dos diretores e desempenhar um papel que o agrade. "Eu queria partir para o cinema, fugir um pouco da televisão. Corri atrás das oportunidades, mas como eu sou negro, é muito mais difícil. Muitos diretores olham para mim pela cor da minha pele e não pelo meu trabalho", disse.

Nando Cunha, ator | Foto: Luiza Bangel

Roberto Burd complementou a fala de Nando, contando sobre a conexão que teve com o ator para elaborar o roteiro do longa-metragem. Além disso, o diretor contou sobre as cenas de ação e como tornou-as tão reais: "As pessoas acharam que os acidentes contidos no filme eram reais e inclusive chamaram a ambulância".

Após isso, Diego Freitas comenta sobre a pré-produção do curta Sal, enfatizando a loucura de gravar um filme em um prazo curto: "Apelei para os meus amigos, ensaiamos em uma semana é geralmente tudo de madrugada", disse.

A difícil preparação para entrar em um papel foi a principal fala do ator Guilherme Rodio: "Precisei me preparar e aceitei o papel pelo desafio de entrar no personagem. Eu quis procurar justificativas psicológicas para passar o que foi visto na tela", contou.

Nando Cunha, Roberto Burd, Carlos Eduardo e Diego Freitas e Guilherme Rodio | Foto: Luiza Bangel

Por fim, Carlos Eduardo elogiou a história por trás de cada filme, em especial Sal e enfatiza o canibalismo existente em todas as relações como forma metafórica: "O impacto desses filmes é visível em cada espectador, pois é uma forma de exibir o que é real em cada um de nós. Devora-se a alma além do corpo". 

Eduarda Spanevello, acadêmica do 2º semestre de Jornalismo da Universidade Feevale.

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