sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Curtas “Horas” e “Super Oldboy” foram debatidos na tarde de quarta-feira

Eliane Costa, Carlos Eduardo (mediador) e Boca Migotto | Foto: Pietro Pasqualotti
Os dois curtas debatidos participam pela primeira vez de um festival de cinema. Boca Migotto, professor da Unisinos e diretor do “Horas” conta que o seu curta serve como um debate político e forma de criticar os governantes que há décadas abandonaram o sistema ferroviário no estado e no Brasil.
“Horas” traz a história de um trabalhador de uma borracharia e foca totalmente em um personagem, interpretado por Nelson Diniz. Boca disse que sempre quis trabalhar com Nelson, mas que tinha certo receio do ator, entretanto ao convidá-lo e conhecê-lo melhor, se tornaram grandes amigos. O professor, juntamente com Eliane Coster, diretora de “Super Oldboy”, falou sobre a importância de realizar um curta-metragem. Eles lembraram que tais filmes, com menor duração e investimento, são necessários para o amadurecimento de toda a equipe, uma ótima oportunidade de aprender, errar, ver os erros e melhorar para depois realizar longas-metragens. Migotto lembrou que ao dar aula, sempre pede para seus alunos realizarem curtas-metragens para testar suas habilidades e aprender a trabalhar na área. Eliane falou “Curta é para experimentar e se apropriar da linguagem e o longa é o trabalho final depois de experimentar muito em curtas”. Os diretores ainda lembraram que o governo deveria investir mais neste tipo de filme, valorizando a área porque são estes testes cinematográficos que formam um substrato para longas mais concretos.
Boca se pronunciou sobre o primeiro filme mudo realizado: “Fazer uma gravação totalmente muda foi um desafio e algo que eu queria faz tempo. Também sempre quis rodar um filme num posto de gasolina ou borracharia de estrada, meio abandonada”. Normalmente focado em realizar documentários, o diretor quis se desafiar, em uma gravação completa pelo silêncio. “Eu falei brincando para o Nelson: ‘quer ver que a gente vai fazer esse filme silencioso e vai entrar em vários festivais? ’. E aí Gramado nos selecionou” finalizou Boca. Ele é também diretor e co-produtor do “Filme Sobre Um Bom Fim”, documentário sobre o famoso bairro de Porto Alegre, onde atuaram atores poucos conhecidos e que bateu o recorde de bilheteria e público no estado do Rio Grande Do Sul, despencando o filme sobre Teixeirinha o qual ocupava a primeira colocação. O diretor conta que a resposta foi muito positiva, já que em Porto Alegre as sessões se esgotavam rapidamente e filas davam voltas na quadra do Santander Cultural e da Casa de Cultura Mário Quinta, locais de exibição do filme na cidade, ficando 14 semanas em cartaz pelo estado.
Eliane, em “Super Oldboy”, uma mistura de muitas experiências e novos rumos, trazendo um elenco totalmente diversificado. Tal mistura da trama acaba tornando-o um “filme complexo para um curta” comenta Eliane. O curta mostra uma história engraçada, com um pouco de humor diferente, sobre um idoso que trabalha como office-boy para uma firma, algo que comumente ocorre em São Paulo, pelos privilégios em filas e transportes públicos. “Mostra como as pessoas se viram sem a instituição. Sem o poder pré-estabelecido”, explicou Eliane.

Pietro Pasqualotti, acadêmico do 1º semestre de Relações Públicas na Universidade Feevale.

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