quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Debate de atores movimenta o Festival de Cinema de Gramado

Leonardo Machado, Nelson Xavier, Via Negromonte e Allan Souza  Foto: Danielle Rodrigues 
A tarde de quarta-feira foi marcada pelo Debate de atores no salão principal da Sociedade Recreio Gramadense. Os atores Nelson Xavier, Allan Souza Lima e a produtora Via Negromonte, mediados pelo também ator Leonardo Machado, foram os convidados. Durante o debate foram abordados diversos temas relacionados ao mercado, atuação, preparação de elenco e o valor de cada ator. Os convidados relataram casos de desvalorização diante de outros membros das equipes de filmagens e o surgimento de tantos não-atores na televisão.

Segundo Via, isso é bom e ao mesmo tempo ruim, pois acaba dando a entender que não há por trás da profissão uma preparação, estudo e suor, segundo ela: “Ninguém nasce Romário, ninguém nasce Pelé. Todo mundo precisa começar em algum lugar.”  Segundo Leonardo alguns diretores fazem uma brincadeira dizendo que pretendem chamar não-atores para seu próximo projeto, ao passo que ele então sugere que sejam chamados também não- fotógrafos, não técnicos de som, assim se faz um filme sem profissionais.

Todos deixaram claro que os atores vêm sofrendo uma desvalorização muito grande, como se as pessoas esquecessem que eles também precisam pagar contas; não é apenas amor pela arte. Nelson Xavier relatou sua experiência como egresso do Teatro de Arena e o surgimento do Cinema Novo, em que se valorizava de forma extrema o “não atuar”, o fato de se tornar o personagem e fazer com que o público se esqueça por completo que ali é na verdade um ator.

O ator Nelson Xavier esteve presente no debate       Foto: Kaliana Passarin
Xavier também falou sobre sua relação com seus personagens “Quando você se propõe a fazer um personagem, você estabelece uma relação com ele. Cada personagem é um sonho, e é algo que você faz como quiser. É você que dá as cores e dimensões para ele.” Os quatro participantes concordam que é necessário que os atores se unam cada vez mais para que a valorização não se torne uma opção ou exceção, mas sim uma realidade constante e presente em todas as produções.


Solange Flores, acadêmica do 5º semestre do curso de Jornalismo da Universidade Feevale

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