sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Coletiva de “O som ao redor” lota Sala de Debates

Equipe de "O som ao redor"

Após a sessão do filme “O som ao redor” ser interrompida na noite de ontem, devido à queima de um driver que impediu sua continuação, o longa teve nova exibição na manhã de hoje, o que acabou atrasando os trabalhos. Uma hora e meia depois do previsto, a Sala de Debates da Sociedade Recreio Gramadense estava lotada para acompanhar a coletiva do filme.
Kleber Mendonça
A película retrata a rotina de uma rua de Recife que muda com a chegada de uma milícia que promete paz e tranqüilidade a seus moradores. Um dos pontos importantes é a importância do som no enredo do filme, e o diretor Kleber Mendonça explica a idéia: “Queria uma trilha que fosse mais do que um efeito de som e menos do que uma música. O trabalho de som é fruto de uma equipe excelente. O filme foi 80% mixado em Recife, na Carranco Estúdios e depois no Rio. Ouço muito as cidades. São Paulo, por exemplo, tem um som ‘doente’ e muito específico, ao mesmo tempo. Tentei colocar o som de Recife nesse filme”.
“O filme sempre foi uma observação muito pessoal minha em relação a um lugar que já conheço. O Recife inteiro, hoje, é um canteiro de obras. Há um movimento muito contra isso no Recife e há alguns resultados bem positivos em relação a isso”, comenta o diretor que, inclusive, mora onde o filme foi rodado, “O filme foi rodado naquela rua, onde moro, e nos arredores da rua, no bairro de Setubal. Já não tem quase mais casas. A personalidade que ele tem é de não ter mais personalidade”.
Waldemar Solha
Um fato interessante do longa é a volta do ator Waldemar Solha às telas: “Eu tinha jurado nunca mais dar uma de ator, e consegui fazer isso por 8 anos. Falei que não queria fazer o teste para ser o personagem Francisco e o Daniel Aragão (produtor de elenco) insistiu. Ele me mandou o roteiro por e-mail e me ganhou”, conta o ator. Mendonça explica a respeito da escolha do elenco: “Acho que quando você escolhe um elenco de um filme, você não escolhe apenas o perfil do profissional, mas também a pessoa que vem junto ao profissional, e isso me fascina”.
Questionado se o filme poderia virar posteriormente uma série, o diretor ressalta as dificuldades de manter um enredo de qualidade durante um longo período: “A idéia de fazer do filme uma série me deixa assustado, a estrutura do filme deixa ele aberto a isso, mas não sei se conseguiria”, finaliza o diretor.

Texto: Fábio Osório
Acadêmico de Jornalismo - 1º Semestre
Fotos: Luana Petry
Acadêmica de Publicidade e Propaganda - 3º Semestre

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